Edição Especial
Como mentiras se tornam verdade: coleção multimídia baseada em “Nothing on this page is real: How lies become truth in online America”, matéria publicada pelo “The Washington Post” no dia 17 de novembro de 2018
Destaque
O que torna algo real? Entre fotografias e desenhos, esses trabalhos convidam a olhar de perto como a materialidade das imagens moldam nossa percepção da verdade.
água, tinta
Editorial
Permeadas pelas “fake news”, presenciamos na ascensão das novas mídias a reformulação da subjetividade e das formas de vida. Dos noticiários aos memes, do sigilo de mensagens aos compartilhamentos em massa, do fim das distâncias, aos abismos. Nesta coleção, cada peça se constrói a partir de imagens, textos e áudios que, antes banais, ganham novos significados a partir de sua materialidade. O que era comum agora revela o sublime e, em superfícies simbólicas, convida o observador a reimaginar a realidade a partir do sensível.
Dados
Com um mercado global de mais de 312 bilhões de dólares, a navegação digital demonstra o valor e o impacto das nossas interações online. Em um mundo em que informações e atenção se tornaram bens valiosos, Só é uma obra que explora a efemeridade de um estado de presença plena e também nos convida a relembrar de viver nossa verdade, entendendo que ela não é a única.
Outras Peças da Coleção
O Estrangeiro: fluxos, deslocamento e pertencimento.
Exílio: Desapego e reencontro.
Yah: Há espaço para transcendência ou, onde habita a fé?
Liminal e The rise and fall: Arte que transita entre estados, espaços e sentidos.
“Arte Entre o Concreto e o Intangível” — Mariana Battistelli
“Minha pesquisa nos últimos anos se concentra na fusão da linguagem pictórica com as novas mídias. Ao absorver as características da era digital, como instantaneidade e multiplicidade, encontrei uma forma de desafiar as percepções tradicionais de sujeito e representação. Através de imagens e arquivos, crio objetos que atuam como âncoras de uma verdade que acredito ser, ao mesmo tempo, fugaz e eterna.”
Assine com seu e-mail para receber O Estrangeiro – uma ilustração inspirada na obra de Albert Camus. Junto com ela, o REAL ART e-Zine, uma edição única da coleção Como mentiras se tornam verdade, que traz alguns estudos dessa pesquisa.
Reflexão
Inspirada em referências que vão desde o físico teórico Carlo Rovelli até o poeta Alex Polari, além do contato intimo com a intuição e com a cultura brasileira, do popular ao underground. A questão central aqui é a realidade e a nossa relação com ela, trazendo novas percepções sobre como interações criam ou dissolvem propriedades do mundo real. No contexto de hoje, a expansão da consciência se torna um método de resistência e de reinvenção de si.
Lançamento da Coleção
Como Mentiras se Tornam Verdade também traz obras únicas e acessíveis, pensadas para pessoas que valorizam a diversidade de temas, materiais e expressões. Peças que se integram ao cotidiano sem abrir mão de conexão e significado. Confira o catálogo e encontre a sua!
Ensaio
Matiz é uma das três propriedades da cor que nos permite classificar e distinguir uma da outra. As outras duas propriedades são a saturação e a luminosidade, podendo esta última ser entendida ainda como reflectância ou transmitância. Matiz é também nuance, uma gradação sutil, quase imperceptível. – Li isso como definição, numa busca rápida no google.
Tenho pra mim que essa resposta rápida aos questionamentos nos rouba a possibilidade de contemplação e de desenvolver os sentidos para absorver aquilo que esta no entorno, que nos toca. Qualquer questionamento pode ser suprido por respostas prontas. As coisas em si, o que as compõe, pouco sobra para dizerem de si mesmas.
Quando era criança ouvi que sempre que visse uma estrela nascer no céu, a primeira a emitir solitária sua luz, poderia fazer um pedido. Alimentei assim minha esperança e também a crença em algo além do que sou capaz de delimitar ou compreender. Nessa época, não duvidava tanto do que iria acreditar, vivia de uma forma mais lenta e tinha todos os dias a lembrança de ao menos um motivo pra sonhar.
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As referências que se entrelaçam na coleção convidam à partilha de experiências. Inserida em um período de profundas transformações culturais, essa coleção nasce de uma busca por resultados materiais e simbólicos que abalem as noções de sujeito e representação e visa impulsionar novas maneiras de compartilhar a vida, observando meios e métodos que já fazem isso sem que nos demos conta. Divulgue essa página e revisite esses temas ao seu modo, no seu tempo. 🖖